Em apenas dois anos de existência, o trabalho desenvolvido pelo Instituto Vladimir Herzog é reconhecido pela mais alta cúpula do Governo Federal. A entidade foi vencedora, na categoria Verdade e Memória, da 17ª edição do Prêmio de Direitos Humanos, concedido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Na última sexta-feira, dia 9, Clarice, Ivo e Lucas Herzog – viúva, filho e neto de Vladimir Herzog – receberam o prêmio, pelo Instituto, das mãos da presidenta Dilma Rousseff, em cerimônia realizada no salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília/DF, da ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes.
“Este prêmio na verdade é uma homenagem a meu pai, Vladimir Herzog e a todas as outras pessoas que foram assassinadas, torturadas e vitimadas de várias formas pela ditadura. E é também um grande incentivo da Presidência da República para que a nossa e outras entidades continuemos a ajudar a recuperar a história recente do País – agora com o importante reforço da Comissão da Verdade e da Lei do Direito à Informação – e a fazer com que as novas gerações conheçam os males de uma ditadura e impeçam que isso volte a acontecer no nosso País”, afirmou Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog.
Iniciativas do Instituto Vladimir Herzog
O Prêmio foi atribuído ao Instituto principalmente pelo seu projeto Resistir é preciso..., um conjunto de iniciativas incentivadas pelo Governo Federal, com base na Lei Rouanet e na Lei do Audiovisual, que vem resgatando e divulgando os jornalistas e os jornais que combateram a ditadura, entre 1964 e 1979 – quando entrou em vigor a Lei da Anistia. Em 2011 o projeto Resistir é Preciso... abrangeu uma coleção de 12 DVDs – Os protagonistas dessa história – com depoimentos de 60 desses jornalistas e ainda o livro As Capas desta História, reunindo as primeiras páginas da imprensa alternativa, clandestina e no exílio que se opôs ao regime ditatorial.
Para o próximo ano o Instituto tem diversas ações previstas e já autorizadas para incentivo pela Lei Rouanet, como a continuidade do projeto Resistir é preciso..., com a publicação do livro Os cartazes dessa história, que trará em 200 páginas espelhadas os pôsteres produzidos por exilados brasileiros para combater a ditadura e promover a anistia. Outro livro que será lançado é As crônicas dessa história, que vai contar, em linguagem leve e solta, muitos dos bastidores das 106 horas de depoimentos em vídeo de jornalistas que combateram a ditadura, que compuseram a coleção de DVDs Os protagonistas dessa história...
Outras iniciativas previstas para 2012 são a realização do Concerto de Anne Frank, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo; a produção da série de documentários Em nome da liberdade, já aprovada para incentivo pela Lei do Audiovisual, que contará essa mesma história em linguagem de televisão e será exibida pela TV Cultura; a mostra de cinema documentário Transformação e Renovação, que abrangerá cerca de 30 documentários políticos latino-americanos produzidos desde a década de 1950; e a digitalização e contextualização de 50 mil documentos referentes à luta da imprensa contra a ditadura, que serão disponibilizados na rede mundial, pelo portal resistirepreciso.org.br .
Fundado em Junho de 2009, o Instituto Vladimir Herzog tem por missão contribuir para a reflexão e produção de informação que garantam o direito à vida e o direito à justiça. Para isso, ao lado de outras nove organizações da sociedade civil, a entidade promove também ações como o Prêmio Vladimir Herzog, que alcançou em 2011 seu 33º ano consecutivo, reconhecendo o trabalho de profissionais da imprensa que deram destaque para temas relacionados a direitos humanos, além de ter criado o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, que incentiva estudantes de jornalismo a produzirem pautas também ligadas a essa questão.
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