terça-feira, 30 de abril de 2013

DITADURA MILITAR É FOCO DE ENCONTROS EM BIBLIOTECAS



Os debates e encontros acontecem entre os dias 3 e 25 de maio em diversas bibliotecas públicas e pontos de leitura

Quarenta e nove anos após o golpe militar que depôs João Goulart, muito já se discutiu sobre os 21 anos da ditadura brasileira. A sociedade carrega até hoje marcas desse que foi o regime militar mais longo da América Latina. Para desvendar os seus pormenores, o Governo Federal finalmente criou, em 2012, a Comissão Nacional da Verdade, que completa, em maio, um ano de investigações e avanços simbólicos. Um deles foi a entrega da certidão de óbito corrigida de Vladimir Herzog, jornalista torturado e assassinado pelo regime.
Aproveitando que também se completa um ano da Lei de Acesso à Informação, e tendo em vista a importância de aprofundar as discussões sobre a ditadura, diversas bibliotecas e pontos de leitura promovem a programação especial “A Luta É Contínua”, com mesas-redondas e encontros com militantes e ex-prisioneiros políticos.
     Em meio à extensa programação, a Biblioteca Pública Viriato Corrêa realiza dois debates. No dia 18, às 18h, acontece a mesa-redonda “Discutindo o Golpe de 1964: o que foi isso?”, com a presença da advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, membro da Comissão Nacional daVerdade, e do jornalista Renato Tapajós, ex-preso político. Ambos fazem uma análise de conjuntura sobre a deposição de Goulart. No dia 25, às 18h, o presidente da Comissão de Anistia e secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, encontra-se com o presidente do Núcleo de Memória Política de São Paulo, Alípio Freire. Em “Pós-ditadura: qual democracia?”, os convidados expõem o que ainda restou do período, trazendo uma abordagem mais atual ao tema.
    Além de participar desse debate, Freire é um dos diversos resistentes à ditadura que contarão suas histórias de luta em meio ao conturbado período de repressão. Ao todo, são 28 convidados participantes dos encontros que acontecem durante todo o mês em 59 unidades.
    Completa a programação uma mostra cinematográfica gratuita em cartaz na Viriato Corrêa e no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Entre os filmes exibidos está o longa dirigido pelo palestrante Alípio Freire, “1964 - Um Golpe Contra o Brasil”, de 2012.

Serviço:Diversas bibliotecas e pontos de leitura. De 3 a 25/5. Grátis.
Veja a programação completa no site abaixo.

INFORMAÇÕES À IMPRENSA
Assessoria de Comunicação
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Tel.: 3397- 0050 ao 0055
E-mail:
programacaosmc@prefeitura.sp.gov.br
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cultura

sexta-feira, 26 de abril de 2013

VLADO PROTEÇÃO AOS JORNALISTAS





Governador de Minas Gerais dá bom exemplo

O Governador Antonio Anastasia acaba de dar um bom exemplo as governantes de todo o País, ao se reunir com familiares de jornalistas mortos recentemente no Vale do Aço.

Segundo o serviço de divulgação do Governo mineiro, durante visita a Ipatinga, o governador enfatizou a necessidade de apuração rigorosa do recente assassinato de dois jornalistas naquela região.

O governador Anastasia teve um encontro reservado, ontem (25/1), em Ipatinga, com os familiares dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Assis Carvalho, mortos no Vale do Aço em 8 de Março e 14 de Abril, respectivamente, bem como com representantes do Comitê Rodrigo Neto.


Após o encontro, em entrevista, o governador disse estar acompanhando os casos diariamente. Informou ter lido o dossiê encaminhado pelo Comitê Rodrigo Neto e estar a par dos problemas ocorridos no Vale do Aço há mais de 20 anos.  De acordo com ele, “o problema é sério e tem que ser resolvido definitivamente”.

Antonio Anastasia reiterou que já determinou ao secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, ao chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, e ao comandante geral da Polícia Militar, Márcio Sant’ana, todo o empenho para a apuração dos dois casos de maneira a ir à mais profunda raiz do problema e punir os responsáveis.


Indagado sobre a possibilidade das apurações serem assumidas pela Polícia Federal, o governador disse que não vê problemas, caso isso seja realmente necessário, porque o objetivo final é elucidar os casos.

Esperamos que essa atitude do governador mineiro mostre a todos os governantes do Brasil que essa é a atitude que lhes cabe em todos os casos de violência contra jornalistas. E não porque isso signifique privilégio para esses profissionais, mas porque a violência contra quem busca e publica notícias na verdade configura uma violência contra toda a sociedade, cerceando o direito à informação que cabe a todos os cidadãos. A segurança dos jornalistas é a segurança de todos nós.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Visita ao Chile


Visita ao Chile: uma viagem pela
recuperação da História e da memória política


Delegação brasileira formada por jornalistas e estudantes que receberam em 2012 o Prêmio Vladimir Herzog e o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão visitou em Santiago o Museu da Memória e dos Direitos Humanos e reuniu-se com o representante do Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas, Amerigo Incalcaterra.



De 24 a 28 de março, um grupo de jornalistas e estudantes  distinguidos em 2012 pelo Prêmio Vladimir Herzog e pelo Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão visitou o Chile para conhecer de perto o trabalho de recuperação histórica e memória política do país, palco de uma das mais cruéis ditaduras que assolaram a América Latina no século passado.

Integraram a delegação a jornalista Maíra Heinen, da Rádio Nacional da Amazônia AM, ganhadora do 34º  Prêmio Vladimir Herzog na  categoria Rádio (“Crimes contra indígenas na ditadura”) e seu marido Fernando de Moura Coelho; as estudantes de Jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Camilla Mirella Lira de Figueiredo e Débora Souza de Britto, acompanhadas da professora  Adriana Maria Andrade de Santana, que orientou a matéria premiada no 4º  Prêmio Jovem Jornalista (“Padre Henrique: o silêncio que grita”), além de Diego Barreto, profissional de relações públicas e assistente de comunicação do Instituto Vladimir Herzog e  a jornalista Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora dos Prêmios Jovem Jornalista e Vladimir Herzog.

Alto Comissariado da ONU: proteção e promoção dos direitos humanos

No dia 25 de março o grupo reuniu-se com Amerigo Incalcaterra, representante do  Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACDH),  inaugurado em 2009 com a missão de observar, promover e proteger os direitos humanos na Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela.

O Escritório mantém diálogos com governos, organizações intergovernamentais e não-governamentais, sociedade civil, instituições nacionais de direitos humanos, bem como com outras agências da ONU, para criar e implementar estratégias, programas e medidas destinadas a promover e proteger todos os direitos humanos nos países da região.

Na audiência, além de expor os objetivos da visita e explicar a importância de ambos os prêmios jornalísticos no contexto social, histórico e político do Brasil, a coordenadora da delegação, jornalista Ana Luisa Gomes, presenteou Incalcaterra com as publicações do Instituto Vladimir Herzog  no âmbito do projeto “Resistir é Preciso”. Também fez a entrega formal, a pedido da Comissão Organizadora do Prêmio Vladimir Herzog, de carta convite para que a ACDH esteja presente nas comemorações dos 35 anos do Prêmio, no próximo mês de outubro, em São Paulo.    


Museu da Memória: exaltação à vida e compromisso com o futuro

No dia 26, foi a vez da visita ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos. Inaugurado em janeiro de 2010 pela então presidenta Michelle Bachelet, com o propósito de dar visibilidade às violações aos direitos humanos cometidas pelo estado chileno entre 1973 e 1990, o Museu se propõe dignificar a memória das vítimas da ditadura chilena e seus familiares. Desde sua arquitetura até a proposta conceitual e política da instituição visam a estimular a reflexão e o debate sobre a importância do respeito e da tolerância, para que a história de exceção vivida pelo povo chileno nunca mais se repita.

Por meio de objetos, documentos e arquivos em diferentes suportes e formatos – e  com uma inovadora proposta visual e sonora – foi possível conhecer parte importante da história do país: o golpe de estado, a repressão que marcou as décadas seguintes, os movimentos de resistência, o exílio, a solidariedade internacional e as políticas de reparação que vêm sendo promovidas recentemente pelo estado chileno.

Além da programação oficial, o grupo também visitou duas das três casas onde viveu o poeta e escritor Pablo Neruda: La Chascona, no bairro Bella Vista, em Santiago, e La Sebastiana, em Valparaíso.

Para o ano que vem, o destino da futura delegação já está definido: conhecer o Museu do Apartheid, em Johanesburgo, que conta a história cultural, política e social da África do Sul e do ex-presidente Nelson Mandela. O museu relembra os mais de 40 anos do regime de segregação racial que reprimiu e castigou cruelmente a comunidade negra sul-africana.

Deverão integrar a nova delegação o grupo de estudantes – acompanhado do seu professor orientador – que realizar a melhor matéria do Prêmio Jovem Jornalista e o jornalista que for sorteado entre os agraciados com o Prêmio Vladimir Herzog, na cerimônia de sua 35a edição.

 Prêmio Herzog: reconhecimento aos profissionais e às causas democráticas

Vale destacar que, para 2013, a Comissão Organizadora do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos prepara uma série de atividades comemorativas. Entre os dias 17 e 27 de outubro haverá uma exposição sobre os 35 anos do Prêmio. No dia 21, um Seminário Internacional sobre Violência contra Jornalistas [“Calar o Jornalista é Calar a Voz da Sociedade”] com presenças já confirmadas de Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ); de Celso Schröder, presidente da Federação dos Jornalistas da América Latina e Caribe (FEPALC) e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); e de James C. Duff, presidente executivo do Newseum e Freedom Forum, de Washington D.C.. A solenidade formal de premiação será no dia 22 de outubro, terça-feira, a partir das 19h30, no Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, em São Paulo. 
O Prêmio Vladimir Herzog que reconhece o trabalho de jornalistas que colaboram na defesa e promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos e sociais – foi instituído em 1978 pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Comitê Brasileiro de Anistia, Comissão Executiva Nacional dos Movimentos de Anistia, Federação Nacional dos Jornalistas, Associação Brasileira de Imprensa/Seção São Paulo, Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil/Seção de São Paulo, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e Família Herzog. Desde a sua primeira edição (1979), o Prêmio reverencia a memória do jornalista Vladimir Herzog, preso pela ditadura militar, torturado e morto nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo, no dia 25 de outubro de 1975.
Atualmente, é promovido e organizado por uma Comissão formada por doze instituições: Associação Brasileira de Imprensa – Representação em São Paulo – ABI/SP; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil – UNIC Rio; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo; Instituto Vladimir Herzog; Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo – OAB/SP; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – CFOAB, Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

Prêmio Jovem Jornalista: incentivo à formação das novas gerações 

O Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão é um concurso de pautas. Foi criado em 2009 com o objetivo de oferecer aos estudantes de jornalismo de todo o Brasil a oportunidade de desenvolverem um trabalho prático e reflexivo, desde o projeto até a realização final de uma reportagem. Tanto o processo quanto o produto são orientados por um professor da instituição de ensino do estudante e por um jornalista mentor designado pelo Instituto Vladimir Herzog, criador e organizador do Prêmio.
Neste ano, as inscrições – que se encerram no próximo dia 20 de abril –   poderão ser individuais ou em equipe de até três estudantes, com a participação obrigatória de um professor na elaboração da proposta. Os trabalhos devem abordar uma das seguintes temáticas: inclusão de jovens profissionais negros no mercado de trabalho e bullying. São os próprios estudantes que definem a mídia para a qual o trabalho será produzido.
Uma Comissão Julgadora – formada por conselheiros do Instituto Vladimir Herzog e jornalistas convidados – seleciona os três melhores projetos de pauta a partir de critérios como relevância, criatividade e exequibilidade. E para eleger a melhor matéria produzida, os organizadores do Prêmio levarão em conta aspectos técnicos, profundidade de pesquisa, qualidade dos materiais e originalidade no tratamento do tema.

Saiba mais

·       Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas
      www.acnudh.org

·       Museu da Memória e dos Direitos Humanos

·       Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
                www.premiovladimirherzog.org.br

·       Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão

·       Galeria de fotos
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