Visita ao Chile: uma viagem pela
recuperação da História e da memória
política
Delegação brasileira
formada por jornalistas e estudantes que receberam em 2012 o Prêmio Vladimir Herzog e o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão visitou em Santiago o
Museu da Memória e dos Direitos Humanos e reuniu-se com o representante do
Escritório Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações
Unidas, Amerigo Incalcaterra.
De 24 a 28 de
março, um grupo de jornalistas e estudantes distinguidos em 2012 pelo Prêmio
Vladimir Herzog e pelo Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão
visitou o Chile para conhecer de perto o trabalho de recuperação histórica e
memória política do país, palco de uma das mais cruéis ditaduras que assolaram
a América Latina no século passado.
Integraram a delegação a jornalista Maíra Heinen, da Rádio Nacional da
Amazônia AM, ganhadora do 34º Prêmio
Vladimir Herzog na categoria Rádio
(“Crimes contra indígenas na ditadura”) e seu marido Fernando de Moura Coelho; as estudantes de Jornalismo na
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Camilla
Mirella Lira de Figueiredo e Débora
Souza de Britto, acompanhadas da professora
Adriana Maria Andrade de Santana,
que orientou a matéria premiada no 4º Prêmio Jovem Jornalista (“Padre Henrique: o
silêncio que grita”), além de Diego
Barreto, profissional de relações públicas e assistente de comunicação do
Instituto Vladimir Herzog e a jornalista
Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora
dos Prêmios Jovem Jornalista e Vladimir Herzog.
Alto Comissariado da ONU: proteção e promoção dos direitos
humanos
No dia 25 de março o grupo reuniu-se
com Amerigo Incalcaterra, representante do
Escritório Regional para a América
do Sul do Alto Comissariado da ONU
para
os Direitos Humanos (ACDH),
inaugurado em 2009 com a missão de
observar, promover e proteger os direitos humanos
na Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela.
O Escritório mantém diálogos com governos, organizações
intergovernamentais e não-governamentais, sociedade
civil, instituições nacionais de direitos humanos, bem como com
outras agências da ONU, para criar e
implementar estratégias, programas e medidas destinadas
a promover e proteger todos os direitos humanos nos
países da região.
Na audiência, além de expor os
objetivos da visita e explicar a importância de ambos os prêmios jornalísticos
no contexto social, histórico e político do Brasil, a coordenadora da
delegação, jornalista Ana Luisa Gomes, presenteou Incalcaterra com as
publicações do Instituto Vladimir Herzog
no âmbito do projeto “Resistir é Preciso”. Também fez a entrega formal,
a pedido da Comissão Organizadora do Prêmio Vladimir Herzog, de carta convite
para que a ACDH esteja presente nas comemorações dos 35 anos do Prêmio, no
próximo mês de outubro, em São Paulo.
Museu da Memória: exaltação à vida e compromisso com o futuro
No dia 26,
foi a vez da visita ao Museu da Memória e
dos Direitos Humanos. Inaugurado em janeiro de 2010 pela então presidenta
Michelle Bachelet, com o propósito de dar visibilidade às violações aos direitos
humanos cometidas pelo estado chileno entre 1973 e 1990, o Museu se propõe dignificar a memória das vítimas da ditadura
chilena e seus familiares. Desde sua arquitetura até a proposta conceitual e
política da instituição visam a estimular a reflexão e o debate sobre a
importância do respeito e da tolerância, para que a história de exceção vivida
pelo povo chileno nunca mais se repita.
Por meio de
objetos, documentos e arquivos em diferentes suportes e formatos – e com uma inovadora proposta visual e sonora –
foi possível conhecer parte importante da história do país: o golpe de estado,
a repressão que marcou as décadas seguintes, os movimentos de resistência, o
exílio, a solidariedade internacional e as políticas de reparação que vêm sendo
promovidas recentemente pelo estado chileno.
Além da
programação oficial, o grupo também visitou duas das três casas onde viveu o
poeta e escritor Pablo Neruda: La Chascona, no bairro Bella Vista, em Santiago,
e La Sebastiana, em Valparaíso.
Para o ano que vem, o destino da futura delegação já
está definido: conhecer o Museu do Apartheid, em Johanesburgo, que conta a
história cultural, política e social da África do Sul e do ex-presidente Nelson
Mandela. O museu relembra os mais de 40 anos do regime de segregação racial que
reprimiu e castigou cruelmente a comunidade negra sul-africana.
Deverão integrar a nova delegação o grupo de
estudantes – acompanhado do seu professor orientador – que realizar a melhor
matéria do Prêmio Jovem Jornalista e o jornalista que for sorteado entre os
agraciados com o Prêmio Vladimir Herzog, na cerimônia de sua 35a edição.
Prêmio Herzog: reconhecimento aos profissionais e às causas
democráticas
Vale destacar que, para 2013, a Comissão Organizadora
do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de
Anistia e Direitos Humanos prepara uma série de atividades comemorativas.
Entre os dias 17 e 27 de outubro haverá uma exposição sobre os 35 anos do
Prêmio. No dia 21, um Seminário Internacional sobre Violência contra
Jornalistas [“Calar o Jornalista é Calar a Voz da Sociedade”] com presenças já
confirmadas de Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional dos
Jornalistas (FIJ); de Celso Schröder, presidente da Federação dos Jornalistas
da América Latina e Caribe (FEPALC) e da Federação Nacional dos Jornalistas
(FENAJ); e de James C. Duff, presidente executivo do Newseum e Freedom Forum,
de Washington D.C.. A solenidade formal de premiação será no dia 22 de outubro,
terça-feira, a partir das 19h30, no Auditório Simón Bolívar do Memorial da
América Latina, em São Paulo.
O Prêmio Vladimir Herzog – que reconhece
o trabalho de jornalistas que colaboram na defesa e promoção da democracia, da cidadania
e dos direitos humanos e sociais – foi instituído em 1978 pelo Sindicato dos
Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Comitê Brasileiro de Anistia,
Comissão Executiva Nacional dos Movimentos de Anistia, Federação Nacional dos
Jornalistas, Associação Brasileira de Imprensa/Seção São Paulo, Comissão de
Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil/Seção de São Paulo, Comissão
Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e Família Herzog. Desde a sua
primeira edição (1979), o Prêmio reverencia a memória do jornalista Vladimir
Herzog, preso pela ditadura militar, torturado e morto nas dependências do DOI-Codi,
em São Paulo, no dia 25 de outubro de 1975.
Atualmente, é promovido e organizado por uma Comissão formada por
doze instituições: Associação Brasileira de Imprensa – Representação em São
Paulo – ABI/SP; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI;
Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil – UNIC Rio; Comissão Justiça e
Paz da Arquidiocese de São Paulo; Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo – ECA/USP; Federação Nacional dos Jornalistas –
FENAJ; Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo;
Instituto Vladimir Herzog; Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo –
OAB/SP; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – CFOAB, Ouvidoria da
Polícia do Estado de São Paulo e Sindicato dos Jornalistas Profissionais no
Estado de São Paulo.
Prêmio Jovem Jornalista: incentivo à formação das novas
gerações
O Prêmio Jovem
Jornalista Fernando Pacheco Jordão é um concurso de pautas. Foi criado em
2009 com o objetivo de oferecer aos estudantes de jornalismo de todo o Brasil a
oportunidade de desenvolverem um trabalho prático e reflexivo, desde o projeto
até a realização final de uma reportagem. Tanto o processo quanto o produto são
orientados por um professor da instituição de ensino do estudante e por um
jornalista mentor designado pelo Instituto Vladimir Herzog, criador e
organizador do Prêmio.
Neste ano, as inscrições – que se
encerram no próximo dia 20 de abril – poderão
ser individuais ou em equipe de até três estudantes, com a participação
obrigatória de um professor na elaboração da proposta. Os trabalhos devem abordar uma das seguintes temáticas: inclusão de
jovens profissionais negros no mercado de trabalho e bullying. São
os próprios estudantes que definem a mídia para a qual o trabalho será
produzido.
Uma Comissão Julgadora – formada
por conselheiros do Instituto Vladimir Herzog e jornalistas convidados –
seleciona os três melhores projetos de pauta a partir de critérios como
relevância, criatividade e exequibilidade. E para eleger a melhor matéria produzida, os organizadores do Prêmio levarão em
conta aspectos técnicos, profundidade de pesquisa, qualidade dos materiais e
originalidade no tratamento do tema.
Saiba mais
· Escritório
Regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas
· Museu
da Memória e dos Direitos Humanos
· Prêmio
Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
· Prêmio
Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão
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de fotos
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