As onze entidades voltadas para os direitos humanos e o
livre exercício do jornalismo e da liberdade de expressão, reunidas no grupo Vlado Proteção aos Jornalistas, declaram
seu repúdio conjunto às violências cometidas pela Policia Militar de São Paulo
contra jornalistas que exerciam seu trabalho de cobertura das manifestações
ocorridas na última quinta-feira na Capital paulista.
Além de endossar as notas de protesto individuais dessas
entidades, desejamos, como grupo, potencializar este grito e unir nossas vozes
para exigir das autoridades, em níveis federal, estadual e municipal, que ajam
decisivamente para evitar que tais fatos voltem a ocorrer e para punir
exemplarmente os responsáveis.
Toda violência é condenável. Mas os jornalistas que ontem
sofreram tiros, socos, ponta-pés e golpes de cassetete foram vitimados por
indivíduos que vestem a farda da PM de São Paulo – portanto são agentes do
Estado, o que torna as violências que cometeram absolutamente inaceitáveis.
O Secretário da Segurança Pública do governo paulista
afirmou que o papel da polícia é “inclusive garantir o direito de quem quer
trabalhar”. Os jornalistas presentes às manifestações ali estavam a trabalho,
para cumprir seu dever profissional. No entanto vários foram massacrados como
se fossem inimigos.
Portanto, além do sofrimento pessoal a que foram
submetidos pelas violências físicas que lhes foram infligidas, os jornalistas
agredidos tiveram seu direito de trabalhar cerceado pela PM de São Paulo, ao
contrário do que afirmou o Secretário.
Mais que isso: ao assim agir, esses agentes do Estado
cercearam, pelo abuso, o direito da sociedade à informação jornalística.
Por tudo isso, como organizações que prezam os direitos
humanos, a liberdade de expressão e de imprensa – e acima de tudo como cidadãos
de uma democracia cuja defesa já custou inúmeras vítimas – exigimos que as
autoridades, notadamente o governo de São Paulo, impeçam que tais fatos voltem
a suceder e responsabilizem de maneira transparente e radical os agentes que
cometeram os abusos da última quinta-feira, dando a público seus nomes e os dos
comandantes que os autorizaram a assim agir.
Se esses homens não atuaram conforme os procedimentos
determinados pelo comando da PM, que eles sejam punidos e que seus nomes sejam
revelados. Ou então a sociedade saberá julgar que eles e suas ações na verdade
correspondem à estratégia aceita e implementada pela Policia Militar do Estado
de São Paulo.
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